terça-feira, 30 de outubro de 2007

Secretaria de Educação discute arte na escola

A Secretária Estadual de Educação (SEC) promove, amanhã (31), debate sobre o incentivo à arte na escola. O evento promete reunir especialistas das diversas linguagens artísticas, professores e estudantes da rede estadual. A proposta da SEC é estreitar arte e educação na escola, fortalecendo o aprendizado, a interação com a comunidade e o acesso dos dicentes à arte e à cultura. Segundo o site da secretaria, o encontro será transmitido por meio de videoconferência, com interação, em tempo real, entre os participantes de Salvador e do interior do estado.


PROGRAMAÇÂO:

8h - Abertura

9h - Arte e Modernidade - Antonio da Silva Camara.

9h30 - Educar com Arte e a Arte de Educar - Gey Espinheira.

10h - O Ensino de Artes no Brasil: reflexões e perspectivas - Reginaldo Carvalho.

10h30 - Debate

12h30 - Almoço

14h - A Música é uma Escola - Paulo Lima

14h30 - Dança na Escola: Para quê? - Lúcia Matos

15h - O Teatro no Desenvolvimento de Potencialidades e Competências na Escola - Luiz Marfuz.

15h30 - A Experiência Estética Acessível a Todos Nós - Edson Calmon

16h - Metodologias e Conteúdos de Artes no Processo Educativo - Edson Calmon

16h30 - Debate

18h - Encerramento

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Fusão de turmas gera polêmica no Central

Amélia Vieira e Mariana Mendes, do A TARDE

Vinte e sete das 108 turmas do Colégio Estadual da Bahia (Central), em Nazaré, serão extintas e 280 alunos remanejados para outras salas. O processo de “enturmação” é resultado da evasão de 1.041 estudantes. As causas para essa debandada de uma tradicional escola da Bahia são desconhecidas. Um dos motivos aventados é a matrícula ter sido superestimada.

O diretor da unidade, Jorge Nunes, acredita que o número elevado pode ser resultante da inscrição de pessoas que pretendiam apenas obter benefícios exclusivos para estudantes ou ter acesso a estágio remunerado. Mais essa mazela na educação do Estado foi detectada pelo diretor do Central, que assumiu o cargo em julho. Ele optou por oficializar a “enturmação”, que já vem ocorrendo na prática, visto que há turmas freqüentadas por pouco mais de cinco alunos.

O vice-diretor do Central, Tupinan Costa Dantas, garante que a reestruturação – “enturmação” – é uma movimentação que vai viabilizar aulas para os alunos. “A proposta da direção é que os professores que ficarem sem turma apresentem um programa com projetos paralelos de ensino (aulas de reforço escolar, atividades extras, projetos científicos, recuperação paralela, entre outros)”, declara.

A direção do Central é contra deixar a escola na mesma situação que vinha se estendendo há tempos e, por isso, quer efetivar as mudanças. “Não é correto deixar para discutir a situação só no ano que vem. Se nunca foi tomada uma decisão, agora tomamos. Não se arruma a casa sem levantar poeira”, diz o diretor. Para Nunes, não é decente deixar os alunos sem aulas até o fim do ano letivo. Já o vice-diretor avalia que a ação é positiva para resolver os problemas internos e emergenciais do colégio.

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Escola de personagens célebres
Juracy dos Anjos, do A TARDE

Quem circula pelos corredores e prédios do Colégio Central, em Nazaré, ou até mesmo em frente a ele, muitas vezes não se dá conta da sua importância histórica. Um dos centros educacionais mais antigos da Bahia, o colégio, criado em 1836, começou a funcionar como Liceu Provincial da Bahia, logo no ano seguinte à sua fundação.

Com a reforma do sistema pedagógico, feito pelo governo republicano, em 1890, o Liceu transformou-se em Instituto Oficial de Ensino Secundário.Neste período, a escola passava a exercer o papel de transformar súditos em cidadãos. As transformações vividas pelo Colégio Central não pararam por aí. Em 1896, o Instituto é renomeado Ginásio da Bahia e equiparado ao Colégio Pedro II, passando a ser uma das referências de excelência em ensino do Brasil na época.

Em 1942, outra mudança de nome, mas esta agora definitiva: Colégio Estadual da Bahia. Três anos depois, a quantidade de estudantes aumenta no Estado e são criadas seções de ensino. O Colégio Estadual é, então, designado seção Central, daí o nome pelo qual ficou mais conhecido até os dias atuais.

CÉLEBRES – Outro fator importante que marca a história do Central é a passagem de estudantes célebres. Entre eles: o presidente da Petrobras José Sérgio Gabriele, o cantor Raul Seixas, os ministros Geddel Vieira Lima, Gilberto Gil, o ex-ministro Waldir Pires, o ex-senador Antonio Carlos Magalhães, o ex-secretário de Educação Eraldo Tinôco, a deputada Lídice da Mata, o escritor João Ubaldo Ribeiro, o cineasta Glauber Rocha, o educador Cid Teixeira e o mártir da resistência à ditadura e poeta Carlos Marighela.

Segundo o diretor do Colégio Central, Jorge Nunes, existe, no acervo da instituição, uma prova de física do poeta Marighela respondida toda em versos. Ele destaca que além da prova, o acervo histórico do colégio é possuidor de grandes títulos."Por causa disso, o colégio está tentando institucionalizar o acervo e criar um memorial, para facilitar o acesso", afirma o educador.

EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA| Jogos eletrônicos: ferramenta importante na aquisição do saber

Discussão sobre a criação de jogos eletrônicos educacionais reuniu professores e profissionais do setor tecnológico, nos dias 22 e 23 deste mês, no campus I da Uneb. Para compreender melhor a importância dos jogos na vida dos estudantes, o repórter Juracy dos Anjos entrevistou a coordenadora do evento, a professora Lynn Alves.

"A presença dos elementos tecnológicos na sociedade vem transformando o modo dos indivíduos se comunicarem, se relacionarem e construírem conhecimentos. Somos hoje praticamente vividos pelas novas tecnologias".

A partir desta reflexão,
Lynn Alves, professora do mestrado em educação e contemporaneidade da Universidade Estadual da Bahia (Uneb) e autora do livro Game Over: Jogos Eletrônicos e Violência, demonstra a importância da tecnologia, em especial os jogos eletrônicos, na vida dos jovens contemporâneos.

Lynn também coordenou, entre os dias 22 e 23 de outubro, o workshop Desenvolvimento de Jogos Digitais no Nordeste – Mapeando possibilidades, realizado no campus I Uneb, no Cabula. O evento foi voltado para os profissionais da área de educação e tecnologia, bem como para estudantes e interessados pela temática.

Encarados por muitos como nocivo e prejudicial ao desenvolvimento cognitivo dos jovens, os jogos eletrônicos, segundo a professora, vêm ganhando espaço entre vários estudos e demonstram que podem ser mais um instrumento pedagógico no ambiente escolar. Esta reflexão partir da concepção que existe hoje uma geração submerso no mundo da tecnologia, que tem acesso a tecnologia, seja por meio da televisão ou dos vídeos-game ou das LAN house.

De acordo com Lynn, os sujeitos nascidos na pós-modernidade estão imersos em um mundo altamente tecnológico. Esta geração é defendida pelos estudiosos como os "nativos digitais" ou "geração mídia". Uma categoria que vem sendo largamente discutida na atualidade.

Com a utilização de alguns jogos eletrônicos, a exemplo do Simcity, Civilizations e RPG, "os professores podem trabalhar o aprendizado em geografia, história, porque nesse jogo desafia os estudantes a administrar recursos, criar cidades, enfrentar catástrofes, fazer escolhas, planejar, entre outras coisas", comenta a educadora Lynn.

Nesta perspectiva, por meio dos jogos eletrônicos, os estudantes são estimulados a saber quais as conseqüências de colocar uma escola perto de uma fábrica poluente, além de verificarem quais os problemas sociais ou de saúde as ações realizadas durante o jogo podem causar.

De acordo com Lynn, até mesmo nos jogos violentos, tanto crítica pelos pais, podem servir de fonte de aprendizado e estímulo entre o público jovem. "Você pode trabalhar a questão cognitiva, pois estes jogos exigem uma habilidade sensorial e motora muito grande, tomada de decisão e planejamento estratégico", conclui Lynn.

Acompanhe o que aconteceu nos dois dias de workshop:

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Implantação de Parque Tecnológico é discutido em evento da Uneb
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Desenvolvimento de jogos digitais no Nordeste

Assista também ao vídeo Jogos Educativos, feito pelo Globo Ciência.

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Professores e alunos da rede municipal terão acesso a jornais em sala de aula

Todas as escolas da rede municipal de ensino dentro em breve receberão jornais para utilização pedagógica em sala de aula. Trata-se do Programa "A Notícia na Sala de Aula", que será lançado no dia 24 de outubro, às 16h30, no gabinete do prefeito João Henrique. Os alunos e professores das 368 escolas do sistema municipal de educação pública serão beneficiados com exemplares diários do jornal A Tarde, vencedor do processo licitatório.

O Programa A Notícia na Sala de Aula foi instituído através de decreto (17.339) assinado pelo prefeito João Henrique em maio deste ano, onde é assinalado "que o objetivo desta ação é a orientação dos jovens e adolescentes para o exercício da cidadania, com ênfase na formação do hábito da leitura e da convivência com o pluralismo de idéias, no desenvolvimento sócio-cultural e do senso crítico".

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Jogos Estudantis atraem mais de cinco mil estudantes

Cerca de cinco mil estudantes participarão dos Jogos Estudantis Municipais, em sete modalidades. A competição começa amanhã e processegue até a primeira semana de novembro.

A terceira edição dos Jogos Estudantis Municipais teve início na tarde desta sexta-feira, com a presença de cerca de cinco mil pessoas, entre professores, organizadores e estudantes. O desfile, animado pelas bandas da Polícia Militar e de escolas participantes, fez o trajeto da Rótula dos Barris ao Ginásio Antônio Balbino (Balbininho), em Nazaré, com muito entusiamo. Oitenta e duas escolas participaram da abertura.

Mas nem todas estão inscritas nos jogos, que contará com representantes de 75 unidades educativas. Os jogos começam amanhã (20) e prosseguem até a primeira semana de novembro. Os estudantes poderão competir em sete modalidades: natação, atletismo, futsal, handebol, vôlei, capoeira e xadrez.

Segundo a organização dos jogos, devem participar dos jogos cerca de cinco mil estudantes da 1ª a 8ª série das escolas municipais divididos em quatro categorias: C (de 8 a 11 anos), B (12 a 14 anos), A (15 a 17 anos) e adulto (a partir de 18 anos).

Para amanhã, estão programados oito partidas de futsal disputadas pelos alunos do Projovem – categoria adulto. Durante o campeonato, todos os jogos de futsal, handebol, vôlei e xadrez acontecem nas duas quadras da Escola Municipal Cid Passos, no Subúrbio Ferroviário. As modalidades natação, atletismo e capoeira devem ter o local confirmado na próxima semana.

Aprovação de adesão da UFBA ao Reuni vira confusão

Por Tássia Novaes, do A TARDE

A adesão da Universidade Federal da Bahia (Ufba) ao Reuni foi aprovada aos berros. O reitor Naomar de Almeida gritava para conduzir a votação, enquanto os estudantes tentavam interromper a tentativa de reunião do Conselho Universitário, na manhã desta sexta-feira, 19, no auditório da Faculdade de Direito.

A votação estava marcada para começar às 8 horas. Mas o reitor tomou posse do microfone, às 8h18, após ouvir várias paródias com relação à posição de parte dos estudantes contra a adesão ao programa do Governo Federal. “Peço que o espaço dos conselheiros seja desocupado”.

Mesmo com o microfone, foi quase impossível entender a fala do reitor. Em meio a confusão, de todo o discurso do dirigente da Ufba, apenas deu para identificar frases como, “Quem é à favor levante a mão? Quem é contrário à adesão?”. E assim foi feita a votação: entre os braços levantados dos protestantes acusando o reitor e os dos conselheiros, o reitor contava quem era contra ou favor.

Fonte: A TARDE

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Universitários protestam contra a adesão da Ufba ao Reuni

O grupo de estudantes que ocupa a Reitoria da Universidade Federal da Bahia (Ufba), há 18 dias, hoje à tarde encorporou mais membros. Agora do Diretório Central dos Estudantes (DCE), que chegaram local, no Canela, acompanhados por cerca de 150 estudantes. O motivo da adesão é a votação sobre a inclusão da universidade no Reuni, que acontece amanhã às 8h, no auditório da Faculdade de Direito da Ufba, no Pelourinho.

Segundo matéria publicada em A TARDE, "o DCE, a princípio a favor do Reuni, foi obrigado a aderir ao movimento de ocupação da reitoria devido a uma assembléia geral dos estudantes realizada na manhã desta quinta, na Faculdade de Direito da Ufba. A deliberação foi incisiva: a maioria votou contra a adesão ao Reuni e o DCE foi submetido a esta decisão. As atividades no prédio da reitoria funcionam normalmente".

Vídeo mostra ocupação da reitoria da Ufba


Estudantes realizam nova manifestação em Salvador

Por Wesley Sobrinho, da Agência A TARDE

Alunos de vários colégios se uniram na manhã desta quinta-feira, 18, para realizar uma caminhada em protesto pelas ruas de Salvador. Um grupo de estudantes partiu do Colégio Central, pela Avenida Joana Angélica, e está nesse momento na Praça da Piedade. Um segundo grupo estava concentrado na Avenida Sete, mas já partiu para a mesma praça. Juntos, os manifestantes seguem em direção à Praça Municipal.

Há duas semanas (quinta-feira, 4), um protesto foi realizado pelos mesmos manifestantes. Eles reivindicavam a redução no valor de
recarga do SalvadorCard de R$ 24 para R$ 4, validade indeterminada dos créditos, redução no valor da tarifa de ônibus e instalação do Vale Transporte Eletrônico (VTE) nos transportes complementares. A manifestação, que acontece neste momento, sustenta os mesmos ideais. As informações são da Superintendência de Engenharia de Tráfego (SET).

Fonte:
A TARDE

Uneb realiza workshop sobre jogos digitais educacionais

Evento reúne especialistas brasileiros em workshop sobre o desenvolvimento de jogos digitais educacionais no Nordeste. Inscrições gratuitas e vagas limitadas.

Jogos digitais educacionais será tema do workshop Jogos Digitais no Nordeste – Mapeando possibilidades, promovido pelo departamento de Educação da Universidade Estadual da Bahia (Uneb) e pelo grupo de pesquisa Comunidades Virtuais. A idéia do evento é incentivar e fortalecer as ações na área de desenvolvimento de jogos digitais voltados para o campo educacional.

Sob coordenação da professora Lynn Alves, referência na temática, o evento vai acontecer nos dias 22 e 23 de outubro, no Auditório Jurandir Oliveira, também no Campus I, em Salvador. As inscrições são gratuitas e devem ser feitas na
internet.

De acordo com a coordenadora, o workshop pretende mapear os grupos locais de interesse, discutir e apresentar possibilidades de projetos a curto, médio e longo prazo e reunir as diversas inteligências na área para que a região nordeste possa fortalecer suas pesquisas.

Participam do evento nomes como o do cineasta e diretor do Centro Técnico Audiovisual do Ministério da Cultura (MinC), José Araripe Júnior; dos pesquisadores Filomena Moita, da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), Esteban Clua, da Universidade Federal Fluminense (UFF), Geber Ramalho, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), e Marco Simões (UNEB).

O público-alvo é formado por estudantes, graduados e pós-graduandos que se interessem pelas pesquisas e práticas nessa área.

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Cefet abre inscrições para cursos de extensão

Começa amanhã (18), e vai até a próxima sexta-feira (22), as inscrições para os cursos de extensão do Cefet de Camaçari, nas áreas industrial e tecnológica (Informática, Eletricidade Básica, Comandos Elétricos e Instalações Elétricas em Locais de Habitação).

As inscrições podem ser realizadas na Coordenação de Ensino Superior e Profissionalizante da Prefeitura de Camaçari e na unidade do Cefet no Município. Os candidatos devem entregar currículo atualizado em um dos pontos de inscrição, das 8h às 16h.

As aulas, segundo informou a organização da seleção, serão iniciadas entre os dias 29 e 30 deste mês, com exceção de comandos elétricos, cujo aproveitamento das aulas de eletricidade básica são consideradas pré-requisito.

Com carga horária de 20h a 40h, as qualificações serão ministradas por professores do Cefet na sede da unidade, que funciona nas antigas instalações do Laboratório de Tecnologia Automotiva (LTA), próximo a Escola Estadual Luís Eduardo Magalhães, no Centro.

Os cursos de informática e comandos elétricos vão disponibilizar 20 vagas cada um, enquanto eletricidade básica e projetos elétricos vão absorver 30 alunos por turma. Até o final do ano, a expectativa é oferecer desenho técnico industrial e AutoCad 2D.

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Ufba é a primeira universidade do Nordeste a aderir ao Reuni

O Reitor da Ufba, Naomar Almeida, apresentou à imprensa e a deputados federais, a proposta de inclusão da instituição no Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni). Com a adesão, haverá ampliação do número de vagas e a construção de um novo pavimento na universidade.

A Universidade Federal da Bahia (Ufba) é a primeira instituição de ensino superior do Nordeste a confirmar sua inclusão no Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), criado pelo Ministério da Educação (MEC). A confirmação da universidade no programa foi feita, na manhã desta de segunda-feira (15), pelo Reitor da Universidade Federal da Bahia (Ufba), Naomar Almeida.

A proposta da Ufba, apresenta à imprensa e a deputados federais, estabelece mudanças, a serem cumpridas até 2012, como a ampliação exponencial do número de vagas (2.530 noturnas e 2.536 diurnas), criação de 35 novos cursos, construção de pavilhão de aulas, reformas de residências universitárias, dentre outras. As primeiras alterações, segundo o reitor, estão programadas para o início do próximo ano.

O decreto federal nº 6096, que instituiu o Reuni este ano, tem como meta ampliar o acesso e permanência dos estudantes na educação superior e estabelece disponibilização de recursos de um fundo para investimentos. Nos próximos quatro anos, R$ 2 bilhões serão destinados às universidades federais.

Outras universidades - Segundo o Ministério da Educação, além da federal do Tocantins, o Conselho Universitário da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) aprovou, no último final de semana, a adesão ao Reuni. Por causa da adesão, nos próximos dois anos, os cursos de mestrado passarão de 26 para 30, e os de doutorado de oito para dez. Até o dia 29 de outubro as 18 unidades da Ufam devem apresentar seus projetos ao MEC, com propostas de criação de cursos e aumento do número de vagas.


No início do mês, o Conselho Universitário da Universidade Federal de Tocantins (UFT) havia aprovado, por unanimidade, a proposta de adesão ao Plano. No estado do Amazonas, o debate sobre o Reuni durou oito meses.

Reuni — Até o próximo dia 29, as universidades federais podem apresentar suas propostas de reestruturação e expansão para o programa. A adesão ao programa é voluntária. Os projetos devem prever investimento em custeio, contratação de pessoal, aquisição, instalação e manutenção de equipamentos, construção e recuperação de instalações físicas das instituições.


|DIA DO PROFESSOR| O que comemorar nesta data?

15 de outubro: Dia do professor. Do mestre incumbido pela transmissão e geração de conhecimento, na teoria, pelo menos. Mas será que esta data deve ser comemorada? Será que existem motivos para que os professores brasileiros festejaram seu dia? Acredito, e o artigo de Gilberto de Dimenstein mostrará, que não. Problemas básicos ainda assolam a educação brasileira, que rasteja em pleno século 21, atrapalhando o desenvolvimento do país. Falta estrutura nas escolas; reconhecimento dos profissionais; de políticas públicas voltadas, de fato, para a educação. Falta participação dos pais e familiares. Falta um sistema educacional que veja o aluno como peça fundamental. O artigo abaixo mostra outros pontos que precisam ser melhorados, e urgentemente. Acompanhem, comentem e deixem suas impressões.

A tragédia dos professores enlouquecidos

por Gilberto de Dimenstein

Depois de pegar um de seus estudantes mais indisciplinados e agressivos pela gola e rasgar sua camisa, Sirley Fernandes da Silva, professora de uma escola estadual na periferia de São Paulo, pediu licença médica e resolveu procurar um psiquiatra -já não sabia lidar com tanto desrespeito em sala de aula. "O aluno era terrível, mas depois fiquei com pena dele. Quando chamamos os pais e percebemos como são ausentes da vida dos filhos, vemos que o garoto também é uma vítima. O aluno fica em casa abandonado e, muitas vezes, vai para a escola só para comer."

Depois de um ano de terapia, Sirley não abandonou o magistério, apenas trocou de série. Passou a dar aulas no ensino médio, onde, segundo ela, havia uma "vantagem": "Os alunos do ensino médio podem ser mais agressivos verbalmente, mas os do fundamental partem para a agressão física".

Difícil saber o que é mais dramático: a professora descontrolada pedindo socorro ao psiquiatra ou a "vantagem" que ela encontrou ao dar aulas para estudantes mais velhos e apenas ser xingada.

O caso de Sirley faz parte de uma tragédia conhecida quase exclusivamente por especialistas: a epidemia de distúrbios mentais dos professores brasileiros, provocados, entre outros motivos, pela violência e pelas condições de trabalho ruins. Diante desse massacre psicológico, um minuto de silêncio seria uma forma apropriada de comemorar, amanhã, o Dia do Professor.

O cansaço psicológico de Sirley ajuda a explicar uma informação divulgada pela Folha na sexta-feira sobre o desempenho escolar em uma das regiões mais ricas do país. Segundo testes aplicados pelo governo estadual, 37% dos estudantes que concluem o ensino fundamental são totalmente analfabetos. Nada menos do que 72% das escolas nessa região estão em "estado de atenção", devido ao baixo aprendizado. Entende-se como as crianças se tornam adultos incapazes de compreender um texto simples.

O problema dos salários não é o maior dos males - o maior de todos são as condições de trabalho. Uma pesquisa realizada neste ano pela Apeoesp (sindicato dos professores estaduais) levantou, pela ordem, os seguintes problemas: superlotação em sala (73%), falta de material didático (67%), dificuldade de aprendizagem dos alunos (65%), jornada excessiva (64%), violência nas escolas (62%).

De acordo com essa pesquisa, 80% dos professores apresentam o cansaço como um sintoma freqüente, 61% sofrem de nervosismo, 54% padecem com dores de cabeça e 57% têm problemas com a voz. Cerca de 46% deles tiveram diagnóstico confirmado de estresse.

Devemos examinar esse dados com certa atenção porque, primeiro, vêm de um sindicato, que tende a exagerar seus dramas para exigir benefícios à categoria, e, segundo, porque existe uma indústria da licença médica, vista quase como um direito adquirido para compensar tantas adversidades.

Mas quem freqüenta escolas públicas, especialmente na periferia, sabe que, de fato, o professor é massacrado diariamente - assim como seus alunos são massacrados, vítimas de uma série de mazelas que acabam afetando seu aprendizado. O professor é obrigado a lidar com o aluno que não ouve direito porque não sabe limpar direito o ouvido, que sofre de dislexia nem ao menos diagnosticada ou que é vítima da violência ou do descaso doméstico.

O massacre é crônico, de tal forma que, dificilmente, se conseguiria atrair talentos para as escolas públicas - especialmente, para quem mais precisaria desses talentos, que são os mais pobres. Não atraindo, cria-se um círculo vicioso da miséria educacional. O que se nota, além de um absenteísmo enorme, com ou sem justificativa, é uma rotatividade incessante de professores e de diretores.

Pense numa das empresas mais sólidas do Brasil e imagine que os funcionários se comportem como se estivessem numa escola pública - estressados, desmotivados, nem punidos por seus erros, nem premiados por seus acertos. E tudo isso apoiado num forte corporativismo. E, em muitos casos, como mostrou a Folha na semana passada, com cargos de direção escolhidos por políticos. Em quanto tempo essa empresa quebraria?

Oferecer melhores salários certamente ajudaria, a longo prazo, a atrair talentos. Mas, a curto prazo, nesse massacre a que estão submetidos os professores, duvido que funcione. Faz mais sentido oferecer prêmios a escolas que demonstrem mais esforço e ir, aos poucos, criando exemplos, enquanto se melhoram as condições de trabalho, os currículos e os cursos de formação dos docentes.

Nessa briga, não há mocinhos nem bandidos. É, na verdade, um choque de vítimas, visível quando uma professora, desesperada, agride um garoto que passou a vida sendo agredido.

O que dá para dizer, com certeza, é que não se constrói uma nação civilizada com professores enlouquecidos.

PS - Preparei um
dossiê sobre a saúde dos professores e dos alunos. Podem esquecer soluções mágicas para o problema da educação: se não mexermos na questão da saúde tanto de quem dá aula quanto de quem estuda, não vamos muito longe.

Governo veta projeto de lei "Deus na Escola" em São Paulo

O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), vetou o projeto de lei aprovado pela Assembléia Legislativa que implementava o ensino religioso como atividade extracurricular e facultativa no ensino fundamental da rede estadual. Como justificativa, Serra afirma que a decisão de incluir religião como disciplina extracurricular cabe às próprias escolas e não pode ser imposta pelo Executivo ou Legislativo.

Em seu veto, o governador cita a Lei de Diretrizes e Bases, que diz que as próprias escolas devem definir a parte diversificada do currículo (as matérias tradicionais, como português e matemática, seguem a base nacional obrigatória). O projeto agora retorna para a Assembléia, onde o veto do governador será discutido e pode ser derrubado caso haja a concordância da maioria absoluta dos deputados.


Fonte: Folha Online

Fórum discute formação de professores

Estão abertas as inscrições para o I Fórum Nacional de Debates sobre a Formação de Professores. Com o tema Ensino a Distância – Novos Espaços de Formação Docente, o evento discutirá a política de formação dos docentes a partir da ampliação de atendimento à demanda por meio do ensino a distância (EAD), além de ser direcionado para professores que fazem uso de tecnologia em sala de aula.

A programação do evento englobará mesas redondas e palestras, abordando a Escassez de Professores no Ensino Médio, os Desafios da Formação Docente para Lecionar em EAD, o Ensino a Distância e a Formação de Docentes, entre outros assuntos. O Fórum será realizado no dia 17 de outubro, no Fiesta Convention Center, em Salvador, promovido pela FTC EAD. Ao final do evento, haverá entrega de certificado aos participantes. As inscrições e a programação do evento estão disponíveis no
site da FTC EAD.

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

|VESTIBULAR| Ainda há tempo de se inscrever

UNIVERSIDADES PÚBLICAS

UNEB - Os candidatos terão de 10 a 14 de outubro para acessar a página da Uneb e preencher o formulário para participação no processo seletivo. Por meio do
site, o estudante também deverá imprimir o boleto bancário no valor da taxa de inscrição, que, este ano, será de R$ 80. A instituição, que oferece 102 cursos em 23 cidades do Estado, aplicará as provas em 20 e 21 de janeiro de 2008. Para estas datas, são esperados pela universidade mais de 60 mil candidatos às quase cinco mil vagas.

UESC - Últimos dias para os estudantes interessados em se inscrever no vestibular da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc). Os candidatos podem realizar as inscrições até o próximo dia 17. Mais informações pelo
site da universidade.

FACULDADES PRIVADAS

FJA - As Faculdades Jorge Amado estão com as inscrições abertas para o vestibular 2008.2 até 26 de outubro. Os formulários só estão disponíveis pela
internet. Aqueles que efetuarem inscrição até 9 de outubro pagarão R$ 30. Após esta data, a taxa soube para R$ 40. Os boletos podem ser pagos em qualquer agência bancária. As provas estão marcadas para o dia 11 de novembro, das 8h30 às 12h30. A FJA promete o resultado para o dia 14 daquele mês. Outras informações pelo telefone [71] 3206 8046.

FSBA - Os interessados em se inscrever no vestibular da
Faculdade Social da Bahia (FSBA) devem ficar atentos, pois o período de inscrição termina no dia 18 de novembro. A taxa de inscrição é de R$ 40 até o dia 28 deste mês e de R$ 55 após este período. As provas acontecem no dia 24 de novembro.

ÁREA 1 - As inscrições para o processo seletivo da Faculdade Área 1 vão até o próximo dia 19, pela
internet ou na sede da instituição, localizada na Avenida Santiago de Compostela, nº. 216, no bairro do Iguatemi. A taxa de inscrição é de R$ 30 até o dia 15 e R$ 50 até o dia o último dia.

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Bahia tem 79 cursos de pós-graduação avaliados pelo MEC

Nenhum dos cursos avaliados, pelo Capes, na Bahia, recebeu a nota máxima; os cursos da Ufba receberam as melhores notas.

O Ministério da Educação, por meio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes/MEC), divulgou, na última quarta-feira (10), os resultados da avaliação dos cursos de pós-graduação (mestrado e doutorado), que realiza a cada três anos, em todo País. Nenhum dos cursos avaliados, pelo Capes, na Bahia, recebeu a nota máxima (7). Os quatro cursos que levaram nota 6 são da Universidade Federal da Bahia (Ufba).

No Estado, dos 79 programas avaliados, dentre instituições públicas (federais e estaduais) e privadas, 35 alcançaram a nota três, 31 ficaram com nota quatro, nove obtiveram a pontuação cinco. A avaliação analisou o desempenho de qualidade relativo ao período 2004/2006. Dentre os programas mais bem conceituados (que alcançaram a nota seis), estão os de saúde coletiva, patologia humana, medicina e saúde e artes cênicas, todos da Universidade Federal da Bahia (Ufba).

Confira a relação completa dos cursos avaliados no site Capes.


*Com informações de A TARDE.

|CURTAS| Agende-se

II Festival Integrado de Cinema Universitário

  • Os interessados em se inscrever no II Festival Integrado de Cinema Universitário têm até 26 de outubro para realizar as inscrições. Os vídeos devem ter, no máximo, 15 minutos de duração, terem sidos produzidos por universitários e se encaixar nas categorias de ficção, documentário, animação ou vídeoclipe/ vídeoarte. O evento é organizado por estudantes de Comunicação UFBA. O festival também visa a fomentar a discussão sobre a produção audiovisual através de palestras, oficinas e mesas-redondas. Todas essas atividades e a projeção dos filmes inscritos serão na Sala de Arte da Ufba entre 7 e 9 de novembro.

II Encontro de Leitura e Literatura da Uneb

  • Entre os dias 25 e 27 de outubro, as práticas de leitura e literatura na educação serão discutidas por especialistas de todo o país durante o II Encontro de Leitura e Literatura da Uneb (Elluneb). Com o tema Entre discursos, práticas e mediações em espaços de leitura e literatura, o evento acontece no auditório das Faculdades Integradas Olga Mettig, em Salvador. As inscrições estão abertas, somente pela internet, até o dia 20. Conferências, mesas redondas, oficinas e mini-cursos marcam a ampla programação do encontro que irá discutir a contribuição da literatura para a formação de identidades em diferentes contextos culturais.

Inscrições para vestibular da Uefs

  • A Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs) está com as inscrições abertas, até o dia 21 de outubro, para o processo seletivo 2008.1. A inscrição é feita exclusivamente pela internet, exceto para os estudantes contemplados com a isenção total da taxa do vestibular, que devem comparecer no campus no período de 15 a 19 de outubro. São oferecidas 785 vagas em 22 cursos, inclusive Medicina, Farmácia e Engenharia da Computação, oferecidos somente no prosel de início de ano.

sábado, 6 de outubro de 2007

Reposição de aulas ocorre sem fiscalização

Deputados estaduais realizaram, ontem pela amanhã, visitas às escolas da rede do Estado para verificar o andamento da reposição das aulas, em decorrência da última greve dos professores, em 9 de maio deste ano.

Rodrigo Vilas Bôas, do A Tarde/ Colaborou Juracy dos Anjos, do A Tarde.

Quatro das cinco escolas estaduais visitadas neste sábado pelos deputados João Carlos Barcelar (PTN) e Heraldo Rocha (DEM), estavam com as portas fechadas. Não havia professor, aluno nem representantes da direção. A assessoria de comunicação da Secretaria de Educação do Estado não soube informar se, no calendário de reposição das escolas visitadas, este sábado seria dia de aula.

Na contagem dos parlamentares, faltam apenas quatro sábados para terminar o cronograma de reposição de aulas. “A Lei de Diretrizes e Bases exige pelo menos 200 dias letivos, uma das menores cargas horárias do mundo. Pelo visto, esse número não será cumprido”, alertou Barcelar.

Membro da Comissão de Educação da Assembléia Legislativa, Heraldo Rocha criticou a gestão da educação no Estado. “Não existe um processo formal de reposição de aulas na Bahia”, falou o parlamentar, adiantando que a oposição irá representar contra o governo no Ministério Público Estadual (MPE).

Nas escolas Polivalente e Carlos Santana I e II, situadas no Nordeste de Amaralina, só havia um vigilante. O mesmo aconteceu no Colégio Pedro Calmon, que fica na Boca do Rio.

Na opinião do líder comunitário do Nordeste e Santa Cruz, Jorge Lopes, os diretores deveriam se reunir para criar atrativos que incentivassem a ida dos alunos às escolas. “Poderiam acontecer atividades recreativas após as aulas”, sugere.

Dentre os colégios visitados, o único em que estava havendo reposição de aulas – determinação da secretaria após a greve dos professores do ensino médio, que durou 57 dias – foi o Manoel Devoto (Rio Vermelho).

Mesmo assim, havia poucos estudantes e a diretora Raimunda Lúcia Silva não estava presente. “Os alunos dizem que não podem assistir aulas aos sábados porque trabalham”, comentou o professor de matemática Ivan Muccini. Das suas quatro turmas do 2º ano do ensino médio, apenas nove alunos compareceram. A média na instituição é de 50 alunos por turma.

cadeiras – Em uma sala repleta de cadeiras vazias, Roberto Guedes, de 15 anos, era um dos três alunos do Manoel Devoto que assistiam à aula de biologia, mas não estava satisfeito com a situação. “A greve nos prejudicou muito. É importante ter aulas aos sábados, o problema é que tem gente que trabalha e não pode vir”.

O vice-diretor do turno matutino do Manoel Devoto, Josué Amorim, garantiu que todos os professores teriam ido dar aulas. Do total de 27 turmas, apenas 100 alunos estavam na escola.

Outro aluno do colégio, que não quis se identificar, opinou que a reposição nunca funcionou. “É uma verdadeira bagunça. Quando eu venho e não tem aula, volto para casa. Como vêm poucos colegas, os professores nos dispensam”. Segundo ele, a instituição ainda enfrenta outro problema: o sumiço de equipamentos eletrônicos. “Recentemente, desapareceram alguns computadores e até um retroprojetor”.

“Se as escolas públicas fechassem, não faria falta a ninguém. Qual é o papel delas hoje?”, questiona João Bacelar, para quem o governo pecou ao nomear profissionais que “desconheciam o funcionamento da máquina”.

Para ele, além da própria sociedade, entidades como a UNE e a APLB precisam se posicionar contra essa situação. “São alunos carentes. É preciso que tenha aula. É o mínimo. E a secretaria não está fiscalizando isso”.

A coordenadora da gestão descentralizada da secretaria, Euzelinda Dantas, alega que existe uma quantidade de dias estabelecida para a reposição de aulas. “Cada escola tem um calendário próprio, definindo os sábados em que haverá aula”.

Ainda segundo a coordenadora, existem escolas que identificaram a necessidade de prolongamento do ano letivo, por causa da diminuição da freqüência dos estudantes. “Trinta técnicos acompanham a reposição das aulas em Salvador e Região Metropolitana. Cada um é responsável por acompanhar três instituições por turno”.

Euzelinda afirmou que, antes de fazer a visita, os deputados deveriam ter se certificado com a Secretaria de Educação se as escolas estariam repondo aulas ou não. Disse, porém, que não poderia confirmar se estaria havendo reposição de aula nessas escolas porque estava fora do Estado.

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

|ESPECIAL| Educação e Pesquisa: uma aliança necessária

"A pesquisa exerce uma função importante, pois complementa a formação teórica de cada estudante na universidade", defende Efraim Souza Neto, estudante universitário.

Produzir conhecimento, e não somente reproduzir é compreendido por acadêmicos e educadores como indispensável para a formação dos estudantes no ambiente universitário. Na opinião de especialistas, a sociedade ainda dá pouca importância à universidade, não percebendo que aquele espaço vai além da graduação porque inclui a pesquisa.

Os dados que se referem à produção do conhecimento no Brasil destacam que as universidades públicas, apesar das dificuldades estruturais, ainda são as principais responsáveis por produzir e discutir a pesquisa científica no país. No entanto, ao se verificar a produção nas Instituições de Ensino Superior (IES) privadas, o estudante se depara com outra realidade: poucos grupos de pesquisa, quando existentes; falta de professores e de estrutura que propicie esse desenvolvimento; além de poucos investimentos.

"As dificuldades hoje enfrentadas na produção do conhecimento não se restringem às instituições privadas, porque a realidade de escassez de recursos financeiros e de estrutura são comuns também nas universidades públicas", ressalta o professor universitário Maurício Mattos. A pesquisa, além de ser fundamental para o desenvolvimento local, também é relevante para a formação dos estudantes. Essa é a conclusão de diversos especialistas.

De acordo com acadêmicos, o Ministério da Educação (MEC) tem investido pouco em pesquisa. "Do orçamento das universidades federais, a maior parte dos recursos se destina à manutenção e pagamento de pessoal. O dinheiro da pesquisa vem mesmo dos órgãos fomentadores como a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), entre outros. É através deles que os pesquisadores conseguem desenvolver seus trabalhos".

MUDANÇAS ESPERADAS

Segundo estudos desenvolvidos recentemente para verificar a produção científica nas universidades e sua importância para o crescimento do país, o pesquisador e membro do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico Carlos Roberto Appoloni diz: "o pesquisador cada vez mais está sendo chamado a atuar também na divulgação científica e outras formas de educação científica da população.

Na velocidade com que a ciência e a tecnologia têm impregnado a vida contemporânea, determinando inclusive a riqueza e o poder das nações, a educação científica está subindo cada vez mais na pauta de prioridades em todos os países do mundo". Para ele, o envolvimento dos pesquisadores brasileiros com a educação científica é ainda mais crucial, pois significa o desenvolvimento do país.

A importância da pesquisa cientifica na graduação é destacada também por inúmeros estudantes e professores universitários. Um exemplo disso é o estudante Efraim Batista de Souza Neto, que reconhece a relevância dessa ação em sua formação. "A pesquisa exerce uma função importante, pois complementa a formação teórica de cada estudante na universidade. Além disso, a pesquisa incentiva a formação dos profissionais acadêmicos de amanhã, e sua iniciação nos ajuda na formulação dos projetos de conclusão de curso e pós-graduações", defende Souza Neto.

Posição semelhante é defendida pelo professor e coordenador do Núcleo de Pesquisa e Extensão da Universidade Estadual da Bahia (Uneb), Raphael Rodrigues Vieira. Para ele, "a pesquisa científica é importante para o estudantes porque é uma forma deles complementarem a sua formação na graduação e também de iniciarem o seu trabalho de pesquisa para uma futura pós e níveis acadêmicos mais avançados. Além de serem fundamentais para a formação intelectual dos discentes, porque com a pesquisa eles estão agregando novos conhecimentos dentro da graduação", conclui Vieira.

ENTREVISTA
Produção de conhecimento: cada vez mais escasso

"No Brasil ainda existem restrições para o financiamento da pesquisa em IES particulares", afirma Willian Giozza.

Em entrevista concedida ao repórter Juracy dos Anjos, o professor e coordenador do núcleo de Pesquisa e Extensão da Universidade Salvador (Unifacs), William Giozza fala da importância da produção do conhecimento para a formação dos estudantes e para o desenvolvimento do Brasil. Além disso, ele ressalta que os investimentos governamentais na área de pesquisa científica, principalmente para as instituições de ensino privadas, não são suficientes.

"Nos países desenvolvidos como, por exemplo, os Estados Unidos, esses investimentos são realizados pelo Estado em parceria com as universidades (públicas ou privadas, indistintamente) e empresas", destaca. No Brasil, de acordo com o coordenador, ainda existem restrições para o financiamento da pesquisa em IES particulares. Confira!

Juracy dos Anjos - Qual a importância da produção do conhecimento (da pesquisa científica) para a formação do estudante e do país?

William Giozza - O estudante que participa do processo de produção do conhecimento (isto é, da pesquisa científica) enriquece sua formação acadêmica, seja pelo exercício da metodologia de investigação científica seja pelos novos conhecimentos adquiridos. Além disso, a iniciação científica é um processo dinâmico que permite ampliar a visão pessoal e profissional do estudante. Já para o país, é fundamental desenvolver sua indústria do conhecimento. Participar ativamente da produção de conhecimento e do desenvolvimento tecnológico é hoje uma necessidade para o desenvolvimento econômico e social do Brasil.

De acordo com especialistas, existe atualmente uma crescente reprodução do conhecimento (e pouca produção) pelas instituições privadas. Qual(is) a(s) interferência(s) que esse tipo de postura pode trazer para a formação do estudante?

O ganho para os estudantes de instituições que desenvolvem pesquisa é bastante claro. Além da oportunidade de participar do processo de produção de conhecimento, eles podem "beber" diretamente na fonte do saber.


Historicamente as universidades públicas se encarregaram, e se encarregam até hoje, da produção do conhecimento no Brasil, sendo que atualmente existem mais instituições privadas do que públicas. Como o senhor avalia esta situação?

Poucas Instituições Ensino Superior particulares usufruiram dos grandes investimentos públicos em recursos humanos e em laboratórios realizados nos anos 70 no Brasil. Mas algumas delas (e.g., PUCs) são reconhecidas hoje como centros de excelência de pesquisa em áreas específicas do conhecimento e seus alunos gozam dessa reputação.

Mais recentemente, outras IES particulares começaram a investir na formação de grupos de pesquisa e na oferta de programas de mestrado e doutorado. É o caso, por exemplo, da Universidade Salvador (Unifacs), que na Bahia é pioneira e referência em áreas do conhecimento como a de informática e a de energia. Hoje em dia o crescimento relativo do setor das IES particulares em termos de cursos de pós-graduação (mestrados e doutorados) já supera ao das públicas.


Quais são os principais fatores que dificultam o investimento na área de pesquisa científica nas IES privadas?

A pesquisa científica exige muitas vezes investimentos massivos em infra-estrutura laboratorial e em recursos humanos qualificados. Nos países desenvolvidos como, por exemplo, os Estados Unidos, esses investimentos são realizados pelo Estado em parceria com as universidades (públicas ou privadas, indistintamente) e empresas. No Brasil ainda existem restrições para o financiamento da pesquisa em IES particulares. Por exemplo, existem editais públicos do MCT/CNPq que discriminam isso claramente.

No nosso entendimento os resultados da pesquisa e os pesquisadores formados nas IES particulares contribuem para o desenvolvimento do país da mesma maneira do que os formados pelas IES públicas. Nesse sentido, acreditamos que os pesquisadores e os alunos envolvidos com atividades de pesquisa nas IES particulares deveriam poder concorrer pelo mérito aos editais de fomento à pesquisa com recursos públicos. Felizmente, aqui na Bahia, os editais da FAPESB, nossa agência de fomento em C,T&I concentram-se na avaliação da qualidade da pesquisa a ser financiada, não discriminando a personalidade jurídica da IES.

A partir de que período (semestre) os estudantes podem começar a fazer pesquisa?

O estudante pode começar a pesquisar desde o seu ingresso na instituição. Para isso, precisa identificar um tema de interesse e um orientador. Em geral, os dois primeiros semestres na instituição permitirão ao aluno conhecer melhor as áreas de pesquisa e os professores/pesquisadores disponíveis para orientação. Em algumas áreas do conhecimento, pode ainda ser necessário atender primeiro a alguns pré-requisitos antes de poder se engajar num projeto de pesquisa, como, por exemplo, ter cursado previamente uma ou outra disciplina com práticas laboratoriais.

Entrar ou incentivar a formação de grupos de estudos é uma boa iniciativa para os estudantes e para a instituição?

Sim. A pesquisa moderna é feita em equipe e cada vez mais com o viés multidisciplinar, de modo que o incentivo à prática de estudos em grupos multidisciplinares tende a ser muito proveitosa. Produzir conhecimento (pesquisa científica) é essencial para uma faculdade se transformar em universidade.

Em Salvador, poucas IES privadas conseguiram tal fato. Como o senhor analisa essa situação e qual a importância de uma faculdade se reconhecida como universidade?

Para ser reconhecida como universidade, uma instituição de ensino superior deve desenvolver atividades de pesquisa e de formação em nível de mestrado e doutorado. Isso exige investimentos em termos de recursos humanos qualificados ( e.g., doutores) e de infra-estrutura que não são custeados pelas mensalidades dos alunos. Portanto, além do aporte inicial de recursos próprios, é fundamental que a instituição invista em parcerias com empresas e organizações interessadas nos mestres e doutores que ela formará, bem como nos resultados de suas pesquisas.

Além disso, conforme dissemos anteriormente, continua sendo importante para a sustentabilidade das atividades de pesquisa no Brasil, o apoio das agências de fomento governamentais em nível local, regional e nacional. Como universidade, a Unifacs pode contribuir para o desenvolvimento crescente da produção científica e tecnológica do Brasil e da nossa região, um requisito básico para a inserção na moderna economia mundial de base tecnológica, que constitui a infra-estrutura da Sociedade do Conhecimento.

Por outro lado, a Unifacs entende também que as sua atividades de pesquisa e de Iniciação Científica proporcionam um horizonte mais amplo para a formação individual dos seus alunos ao agregar valores associados ao método científico vivenciado, tais como: capacidade de organização, espírito crítico e criatividade, fatores estes que podem ser diferenciais competitivos e bastante benéficos para qualquer profissão.

Uneb prorroga prazo de inscrição para vestibular

A universidade espera que mais de 60 mil estudantes participem do processo seletivo 2008. Os candidatos que se autodeclarem índios, assim como os afrodescendentes, também terão direito ao sistema de reserva de vagas.

Foram prorrogadas, até dia 14 de outubro, as inscrições para o vestibular 2008 da Universidade do Estado da Bahia (Uneb). Os candidatos poderão fazer a inscrição, exclusivamente, pela
internet. O vestibulando deve preencher a ficha de inscrição e o questionário socioeconômico para depois imprimir o boleto bancário referente à taxa no valor de R$80. A universidade espera receber mais de 60 mil inscrições.

A UNEB oferece 4,9 mil vagas na capital e em 23 municípios do interior onde tem campi. As provas acontecem nos dias 20 e 21 de janeiro de 2008, com início das aulas previsto para junho.

Para tirar dúvidas sobre os procedimentos e para realizar inscrições de candidatos sem acesso a internet, a universidade disponibilizou salas de atendimento em todas as suas unidades. Em Salvador, o posto de atendimento fica localizado no Infocentro da universidade, no Cabula. Os candidatos também podem tirar dúvidas consultando o
Manual do Candidato no site da instituição.

AÇÃO AFIRMATIVA

Pioneira na implantação do sistema de cotas, a Uneb implantará um novo programa de ações afirmativas para ampliar a democratização do ensino superior. Segundo o site da instituição, desde 2002, 40% das vagas da universidade são destinadas para estudantes negros vindos de escolas públicas. Este ano, os estudantes que se autodeclaram índios também terão direito ao beneficio, sendo reservado 5% das vagas.

Segundo Romilson da Silva Sousa, da Comissão de Ações Afirmativas da Uneb, “a intenção da universidade não é civilizar o índio e sim, promover oportunidades de inclusão social que respeitem suas peculiaridades culturais”.

A universidade também distribuiu cerca de 8 mil vagas para estudantes pobres que solicitaram a isenção da taxa de inscrição no processo seletivo. Os estudantes do projeto Universidade Para Todos também tiveram direito a descontos de 50% na inscrição.

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

UnB altera sistema de cotas para vestibular do próximo ano

A Universidade de Brasília muda sistema de cotas para tentar garantir isonomia entre os concorrentes no processo seletivo 2008.

Os estudantes que pretendem concorrer a uma vaga no vestibular da Universidade de Brasília (UNB), pelo sistema de costas, devem ficar atentos às mudanças que a instituição pretende implantar a partir de 31 de outubro, quando se inicia as inscrições para o processo seletivo 2008, para os campi Plano Piloto e Planaltina.

Segundo o site da universidade, os candidatos que se declararem negros ou pardos deverão ser submetidos a uma entrevista presencial com uma equipe da instituição. Antes, os estudantes precisavam apenas enviar fotografias para se candidatar às vagas reservadas aos afrodescendentes e índios.

Outra mudança é que os candidatos que antes concorriam tanto pelo sistema de cotas como pelo tradicional, agora, deverão concorrer a apenas um dos sistemas. Além disso, os correntes ao sistema de vagas para afrodescendentes deverão fazer a inscrição, exclusivamente, pela internet e optar, no ato da inscrição, pelas vagas do sistema de cotas.

As alterações feitas pela UNB são decorrentes do caso dos irmãos gêmeos univitelinos (idênticos) Alex e Alan Teixeira da Cunha, de 18 anos, que se inscreveram pelo sistema de cotas da universidade, em junho de 2007. Um dos irmãos foi aceito no sistema, sendo considerado negro, e o outro não. Tempos depois, após uma grande repercussão nacional, a universidade recuou na decisão e decidiu aceitar os irmãos pelo sistema de cotas.

A confusão foi provocada, segundo a universidade, pelo método de avaliação, que considerou somente as fotografias envidas pelos candidatos. As fotos foram avaliadas por uma comissão, responsável por verificar se o candidato se enquadrava nos requisitos para ser um cotista.

Segundo a universidade, as fotografias, no próximo vestibular, serão substituídas pela entrevista presencial. Neste caso, os estudantes terão que comparecer à universidade, em Brasília, para entrevista após a realização das provas de conhecimentos e anterior à divulgação do resultado final do processo seletivo. Na ocasião, os candidatos deverão assinar declaração específica de adesão aos critérios e procedimentos inerentes ao sistema de cotas.

Ainda, de acordo com a universidade, no prazo de 15 dias, após a aplicação das provas objetivas e redação, os estudantes aprovados na primeira etapa, pelo sistema de cotas, serão convocados para entrevista pessoal, em quantidade de até duas vezes o número de vagas oferecidas por curso, destinadas a preenchimento pelo sistema de cotas.

Serão oferecidas 1.013 vagas nos 62 cursos de graduação para o campus Plano Piloto. Já em Planaltina, são disponibilizadas 40 oportunidades. Desse total, oito destinam-se ao sistema de cotas.

Paixão arrebatadora

Redação de uma aluna da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE): muito criativa. Infelizmente, o texto chegou as minhas mãos sem a identificação da estudante. Mas achei que o texto é muito bom e que deveria ser compartilhado com outras pessoas apaixonadas pela Língua Português. Boa leitura!

Era a terceira vez que aquele substantivo e aquele artigo se encontravam no elevador. Um substantivo masculino, com um aspecto plural, com alguns anos bem vividos pelas preposições da vida. E o artigo era bem definido, feminino, singular: era ainda novinha, mas com um maravilhoso predicado nominal.

Era ingênua, silábica, um pouco átona, até ao contrário dele: um sujeito oculto, com todos os vícios de linguagem, fanáticos por leituras e filmes ortográficos. O substantivo gostou dessa situação: os dois sozinhos, num lugar sem ninguém ver e ouvir. E sem perder essa oportunidade, começou a se insinuar, a perguntar, a conversar.

O artigo feminino deixou as reticências de lado, e permitiu esse pequeno índice. De repente, o elevador pára, só com os dois lá dentro: ótimo, pensou o substantivo, mais um bom motivo para provocar alguns sinônimos. Pouco tempo depois, já estavam bem entre parênteses, quando o elevador recomeça a se movimentar: só que em vez de descer, sobe e pára justamente no andar do substantivo. Ele usou de toda a sua flexão verbal, e entrou com ela em seu aposto.

Ligou o fonema, e ficaram alguns instantes em silêncio, ouvindo uma fonética clássica, bem suave e gostosa. Prepararam uma sintaxe dupla para ele e um hiato com gelo para ela. Ficaram conversando, sentados num vocativo, quando ele começou outra vez a se insinuar.

Ela foi deixando, ele foi usando seu forte adjunto adverbial, e rapidamente chegaram a um imperativo, todos os vocábulos diziam que iriam terminar num transitivo direto.

Começaram a se aproximar, ela tremendo de vocabulário, e ele sentindo seu ditongo crescente: se abraçaram, numa pontuação tão minúscula, que nem um período simples passaria entre os dois.

Estavam nessa ênclise quando ela confessou que ainda era vírgula; ele não perdeu o ritmo e sugeriu uma ou outra soletrada em seu apóstrofo. É claro que ela se deixou levar por essas palavras, estava totalmente oxítona às vontades dele, e foram para o comum de dois gêneros.

Ela totalmente voz passiva, ele voz ativa. Entre beijos, carícias, parônimos e substantivos, ele foi avançando cada vez mais: ficaram uns minutos nessa próclise, e ele, com todo o seu predicativo do objeto, ia tomando conta.

Estavam na posição de primeira e segunda pessoa do singular, ela era um perfeito agente da passiva, ele todo paroxítono, sentindo o pronome do seu grande travessão forçando aquele hífen ainda singular. Nisso a porta abriu repentinamente. Era o verbo auxiliar do edifício. Ele tinha percebido tudo, e entrou dando conjunções e adjetivos nos dois, que se encolheram gramaticalmente, cheios de preposições, locuções e exclamativas. Mas ao ver aquele corpo jovem, numa acentuação tônica, ou melhor, subtônica, o verbo auxiliar diminuiu seus advérbios e declarou o seu particípio na história.

Os dois se olharam, e viram que isso era melhor do que uma metáfora por todo o edifício. O verbo auxiliar se entusiasmou e mostrou o seu adjunto adnominal. Que loucura, minha gente. Aquilo não era nem comparativo: era um superlativo absoluto.

Foi se aproximando dos dois, com aquela coisa maiúscula, com aquele predicativo do sujeito apontado para seus objetos. Foi chegando cada vez mais perto, comparando o ditongo do substantivo ao seu tritongo, propondo claramente uma mesóclise-a-trois. Só que as condições eram estas: enquanto abusava de um ditongo nasal, penetraria ao gerúndio do substantivo, e culminaria com um complemento verbal no artigo feminino.

MPF/ BA quer que Ufba pare de cobrar por serviços acadêmicos

A cobrança de taxas por serviços oferecidos pela Ufba aos estudantes, que deveriam se gratuitos, por ser uma instituição pública, estão sendo questionados pelo Ministério Público Federal.

O Ministério Público Federal (MPF) na Bahia quer proibir a cobrança de taxas de serviços que, atualmente, vêm sendo cobrados pela Universidade Federal da Bahia (Ufba). Os procuradores da República Sidney Madruga e Cláudio Gusmão propuseram uma "ação civil pública com pedido de antecipação de tutela contra a Ufba por cobrar pela expedição de documentos acadêmicos”.


Segundos os autores da ação, o procedimento, que deveria ser custeado pelo Estado, fere a gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais, um dos princípios da Constituição Federal.

Em uma nota divulgada à imprensa pela assessoria de comunicação do Ministério afirma que dentre os serviços educacionais cobrados pela Ufba estão os históricos escolares, trancamento total ou parcial de disciplinas, expedição de certificados, de transferências e de diplomas de graduação e pós-graduação.


"Se o aluno quiser exercer a profissão e ter acesso ao mercado de trabalho, por exemplo, tem de pagar 40 reais pelo diploma, já o doutorando, 160 reais, ou seja, quatro vezes mais. Para a emissão de segunda via dos mesmos documentos, o estudante tem de desembolsar o dobro desses valores", ressalta os procuradores.

O MPF considera a conduta da Ufba como "ofensiva aos ditames legais e constitucionais vigentes". Isso porque a Constituição estabelece que a regra da gratuidade do ensino público compreende, além da abstenção de pagamento de mensalidades, o pagamento de quaisquer despesas que envolvam a atividade acadêmica. A atitude da Ufba, de acordo com os procuradores, traduz-se no "processo de privatização da educação superior", enfrentado atualmente no país.

Em ação civil pública semelhante, o MPF/DF obteve, em agosto último, liminar na Justiça que obrigou a Universidade de Brasília (UNB) a deixar de cobrar qualquer tipo de taxa aos estudantes da instituição.