quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Ensino médio vive uma "crise aguda"

Ministro da Educação admite que problemas com a qualidade do ensino médio brasileiro só poderão ser resolvidos em um prazo médio de 15 anos.

O ensino médio brasileiro vive uma “crise aguda” e necessita de políticas governamentais eficientes para aferir um melhor resultado nos próximos anos. Este foi o diagnóstico divulgado pelo ministro da Educação, Fernando Haddad, no último dia 17 de setembro, durante a abertura do seminário Educação no Século 21: Modelos de Sucesso, realizado na Câmara dos Deputados. "Talvez, das etapas da educação básica, seja a que inspira maiores cuidados, a julgar pelos dados do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica, o Saeb", afirmou o ministro.

O Saeb é uma avaliação de português e matemática aplicada a cada dois anos, na rede educacional, em todo o país. A última prova, segundo a Agência O Globo, evidenciou que “os estudantes do terceiro ano do ensino médio estavam tão defasados que tinham nível de conhecimento compatível com o da 8ª série do ensino fundamental. O pior é que os resultados de 2005 foram os piores de todas as edições do exame, entre 1995 e 2005”.

Mas, para reverter a situação caótica, que há muito vem sendo denunciado por especialistas, o ministro defendeu maiores investimentos nas escolas técnicas federais. A idéia é que essas escolas funcionem “como atalho para uma revolução no ensino brasileiro”. Ele apontou ainda que uma melhora significativa da qualidade do ensino destinado aos jovens só acontecerá em um prazo de até 15 anos.

Haddad, durante o encontro, afirmou também que “o governo imaginava que a ampliação do acesso ao ensino superior fortaleceria o ensino médio, à medida que um número cada vez maior de estudantes visse na escola a porta para a faculdade”. Mas, o efeito ficou aquém do esperado, apesar das medidas criadas pelo governo federal, com o Programa Universidade para Todos: "Nós entendíamos que essas providências poderiam ajudar a robustecer o ensino médio, dar uma nova perspectiva para a juventude matriculada".

Apesar das iniciativas, o ensino médio custa a reagir. E se nada acontecer imediatamente, a situação que hoje é diagnosticada como “aguda”, poderá se tornar irreversível.



* Com informações da Agência O Globo.