segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Ufba é a primeira universidade do Nordeste a aderir ao Reuni

O Reitor da Ufba, Naomar Almeida, apresentou à imprensa e a deputados federais, a proposta de inclusão da instituição no Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni). Com a adesão, haverá ampliação do número de vagas e a construção de um novo pavimento na universidade.

A Universidade Federal da Bahia (Ufba) é a primeira instituição de ensino superior do Nordeste a confirmar sua inclusão no Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), criado pelo Ministério da Educação (MEC). A confirmação da universidade no programa foi feita, na manhã desta de segunda-feira (15), pelo Reitor da Universidade Federal da Bahia (Ufba), Naomar Almeida.

A proposta da Ufba, apresenta à imprensa e a deputados federais, estabelece mudanças, a serem cumpridas até 2012, como a ampliação exponencial do número de vagas (2.530 noturnas e 2.536 diurnas), criação de 35 novos cursos, construção de pavilhão de aulas, reformas de residências universitárias, dentre outras. As primeiras alterações, segundo o reitor, estão programadas para o início do próximo ano.

O decreto federal nº 6096, que instituiu o Reuni este ano, tem como meta ampliar o acesso e permanência dos estudantes na educação superior e estabelece disponibilização de recursos de um fundo para investimentos. Nos próximos quatro anos, R$ 2 bilhões serão destinados às universidades federais.

Outras universidades - Segundo o Ministério da Educação, além da federal do Tocantins, o Conselho Universitário da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) aprovou, no último final de semana, a adesão ao Reuni. Por causa da adesão, nos próximos dois anos, os cursos de mestrado passarão de 26 para 30, e os de doutorado de oito para dez. Até o dia 29 de outubro as 18 unidades da Ufam devem apresentar seus projetos ao MEC, com propostas de criação de cursos e aumento do número de vagas.


No início do mês, o Conselho Universitário da Universidade Federal de Tocantins (UFT) havia aprovado, por unanimidade, a proposta de adesão ao Plano. No estado do Amazonas, o debate sobre o Reuni durou oito meses.

Reuni — Até o próximo dia 29, as universidades federais podem apresentar suas propostas de reestruturação e expansão para o programa. A adesão ao programa é voluntária. Os projetos devem prever investimento em custeio, contratação de pessoal, aquisição, instalação e manutenção de equipamentos, construção e recuperação de instalações físicas das instituições.


|DIA DO PROFESSOR| O que comemorar nesta data?

15 de outubro: Dia do professor. Do mestre incumbido pela transmissão e geração de conhecimento, na teoria, pelo menos. Mas será que esta data deve ser comemorada? Será que existem motivos para que os professores brasileiros festejaram seu dia? Acredito, e o artigo de Gilberto de Dimenstein mostrará, que não. Problemas básicos ainda assolam a educação brasileira, que rasteja em pleno século 21, atrapalhando o desenvolvimento do país. Falta estrutura nas escolas; reconhecimento dos profissionais; de políticas públicas voltadas, de fato, para a educação. Falta participação dos pais e familiares. Falta um sistema educacional que veja o aluno como peça fundamental. O artigo abaixo mostra outros pontos que precisam ser melhorados, e urgentemente. Acompanhem, comentem e deixem suas impressões.

A tragédia dos professores enlouquecidos

por Gilberto de Dimenstein

Depois de pegar um de seus estudantes mais indisciplinados e agressivos pela gola e rasgar sua camisa, Sirley Fernandes da Silva, professora de uma escola estadual na periferia de São Paulo, pediu licença médica e resolveu procurar um psiquiatra -já não sabia lidar com tanto desrespeito em sala de aula. "O aluno era terrível, mas depois fiquei com pena dele. Quando chamamos os pais e percebemos como são ausentes da vida dos filhos, vemos que o garoto também é uma vítima. O aluno fica em casa abandonado e, muitas vezes, vai para a escola só para comer."

Depois de um ano de terapia, Sirley não abandonou o magistério, apenas trocou de série. Passou a dar aulas no ensino médio, onde, segundo ela, havia uma "vantagem": "Os alunos do ensino médio podem ser mais agressivos verbalmente, mas os do fundamental partem para a agressão física".

Difícil saber o que é mais dramático: a professora descontrolada pedindo socorro ao psiquiatra ou a "vantagem" que ela encontrou ao dar aulas para estudantes mais velhos e apenas ser xingada.

O caso de Sirley faz parte de uma tragédia conhecida quase exclusivamente por especialistas: a epidemia de distúrbios mentais dos professores brasileiros, provocados, entre outros motivos, pela violência e pelas condições de trabalho ruins. Diante desse massacre psicológico, um minuto de silêncio seria uma forma apropriada de comemorar, amanhã, o Dia do Professor.

O cansaço psicológico de Sirley ajuda a explicar uma informação divulgada pela Folha na sexta-feira sobre o desempenho escolar em uma das regiões mais ricas do país. Segundo testes aplicados pelo governo estadual, 37% dos estudantes que concluem o ensino fundamental são totalmente analfabetos. Nada menos do que 72% das escolas nessa região estão em "estado de atenção", devido ao baixo aprendizado. Entende-se como as crianças se tornam adultos incapazes de compreender um texto simples.

O problema dos salários não é o maior dos males - o maior de todos são as condições de trabalho. Uma pesquisa realizada neste ano pela Apeoesp (sindicato dos professores estaduais) levantou, pela ordem, os seguintes problemas: superlotação em sala (73%), falta de material didático (67%), dificuldade de aprendizagem dos alunos (65%), jornada excessiva (64%), violência nas escolas (62%).

De acordo com essa pesquisa, 80% dos professores apresentam o cansaço como um sintoma freqüente, 61% sofrem de nervosismo, 54% padecem com dores de cabeça e 57% têm problemas com a voz. Cerca de 46% deles tiveram diagnóstico confirmado de estresse.

Devemos examinar esse dados com certa atenção porque, primeiro, vêm de um sindicato, que tende a exagerar seus dramas para exigir benefícios à categoria, e, segundo, porque existe uma indústria da licença médica, vista quase como um direito adquirido para compensar tantas adversidades.

Mas quem freqüenta escolas públicas, especialmente na periferia, sabe que, de fato, o professor é massacrado diariamente - assim como seus alunos são massacrados, vítimas de uma série de mazelas que acabam afetando seu aprendizado. O professor é obrigado a lidar com o aluno que não ouve direito porque não sabe limpar direito o ouvido, que sofre de dislexia nem ao menos diagnosticada ou que é vítima da violência ou do descaso doméstico.

O massacre é crônico, de tal forma que, dificilmente, se conseguiria atrair talentos para as escolas públicas - especialmente, para quem mais precisaria desses talentos, que são os mais pobres. Não atraindo, cria-se um círculo vicioso da miséria educacional. O que se nota, além de um absenteísmo enorme, com ou sem justificativa, é uma rotatividade incessante de professores e de diretores.

Pense numa das empresas mais sólidas do Brasil e imagine que os funcionários se comportem como se estivessem numa escola pública - estressados, desmotivados, nem punidos por seus erros, nem premiados por seus acertos. E tudo isso apoiado num forte corporativismo. E, em muitos casos, como mostrou a Folha na semana passada, com cargos de direção escolhidos por políticos. Em quanto tempo essa empresa quebraria?

Oferecer melhores salários certamente ajudaria, a longo prazo, a atrair talentos. Mas, a curto prazo, nesse massacre a que estão submetidos os professores, duvido que funcione. Faz mais sentido oferecer prêmios a escolas que demonstrem mais esforço e ir, aos poucos, criando exemplos, enquanto se melhoram as condições de trabalho, os currículos e os cursos de formação dos docentes.

Nessa briga, não há mocinhos nem bandidos. É, na verdade, um choque de vítimas, visível quando uma professora, desesperada, agride um garoto que passou a vida sendo agredido.

O que dá para dizer, com certeza, é que não se constrói uma nação civilizada com professores enlouquecidos.

PS - Preparei um
dossiê sobre a saúde dos professores e dos alunos. Podem esquecer soluções mágicas para o problema da educação: se não mexermos na questão da saúde tanto de quem dá aula quanto de quem estuda, não vamos muito longe.

Governo veta projeto de lei "Deus na Escola" em São Paulo

O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), vetou o projeto de lei aprovado pela Assembléia Legislativa que implementava o ensino religioso como atividade extracurricular e facultativa no ensino fundamental da rede estadual. Como justificativa, Serra afirma que a decisão de incluir religião como disciplina extracurricular cabe às próprias escolas e não pode ser imposta pelo Executivo ou Legislativo.

Em seu veto, o governador cita a Lei de Diretrizes e Bases, que diz que as próprias escolas devem definir a parte diversificada do currículo (as matérias tradicionais, como português e matemática, seguem a base nacional obrigatória). O projeto agora retorna para a Assembléia, onde o veto do governador será discutido e pode ser derrubado caso haja a concordância da maioria absoluta dos deputados.


Fonte: Folha Online

Fórum discute formação de professores

Estão abertas as inscrições para o I Fórum Nacional de Debates sobre a Formação de Professores. Com o tema Ensino a Distância – Novos Espaços de Formação Docente, o evento discutirá a política de formação dos docentes a partir da ampliação de atendimento à demanda por meio do ensino a distância (EAD), além de ser direcionado para professores que fazem uso de tecnologia em sala de aula.

A programação do evento englobará mesas redondas e palestras, abordando a Escassez de Professores no Ensino Médio, os Desafios da Formação Docente para Lecionar em EAD, o Ensino a Distância e a Formação de Docentes, entre outros assuntos. O Fórum será realizado no dia 17 de outubro, no Fiesta Convention Center, em Salvador, promovido pela FTC EAD. Ao final do evento, haverá entrega de certificado aos participantes. As inscrições e a programação do evento estão disponíveis no
site da FTC EAD.