A Universidade de Brasília muda sistema de cotas para tentar garantir isonomia entre os concorrentes no processo seletivo 2008.
Os estudantes que pretendem concorrer a uma vaga no vestibular da Universidade de Brasília (UNB), pelo sistema de costas, devem ficar atentos às mudanças que a instituição pretende implantar a partir de 31 de outubro, quando se inicia as inscrições para o processo seletivo 2008, para os campi Plano Piloto e Planaltina.
Segundo o site da universidade, os candidatos que se declararem negros ou pardos deverão ser submetidos a uma entrevista presencial com uma equipe da instituição. Antes, os estudantes precisavam apenas enviar fotografias para se candidatar às vagas reservadas aos afrodescendentes e índios.
Outra mudança é que os candidatos que antes concorriam tanto pelo sistema de cotas como pelo tradicional, agora, deverão concorrer a apenas um dos sistemas. Além disso, os correntes ao sistema de vagas para afrodescendentes deverão fazer a inscrição, exclusivamente, pela internet e optar, no ato da inscrição, pelas vagas do sistema de cotas.
As alterações feitas pela UNB são decorrentes do caso dos irmãos gêmeos univitelinos (idênticos) Alex e Alan Teixeira da Cunha, de 18 anos, que se inscreveram pelo sistema de cotas da universidade, em junho de 2007. Um dos irmãos foi aceito no sistema, sendo considerado negro, e o outro não. Tempos depois, após uma grande repercussão nacional, a universidade recuou na decisão e decidiu aceitar os irmãos pelo sistema de cotas.
A confusão foi provocada, segundo a universidade, pelo método de avaliação, que considerou somente as fotografias envidas pelos candidatos. As fotos foram avaliadas por uma comissão, responsável por verificar se o candidato se enquadrava nos requisitos para ser um cotista.
Segundo a universidade, as fotografias, no próximo vestibular, serão substituídas pela entrevista presencial. Neste caso, os estudantes terão que comparecer à universidade, em Brasília, para entrevista após a realização das provas de conhecimentos e anterior à divulgação do resultado final do processo seletivo. Na ocasião, os candidatos deverão assinar declaração específica de adesão aos critérios e procedimentos inerentes ao sistema de cotas.
Ainda, de acordo com a universidade, no prazo de 15 dias, após a aplicação das provas objetivas e redação, os estudantes aprovados na primeira etapa, pelo sistema de cotas, serão convocados para entrevista pessoal, em quantidade de até duas vezes o número de vagas oferecidas por curso, destinadas a preenchimento pelo sistema de cotas.
Serão oferecidas 1.013 vagas nos 62 cursos de graduação para o campus Plano Piloto. Já em Planaltina, são disponibilizadas 40 oportunidades. Desse total, oito destinam-se ao sistema de cotas.
quarta-feira, 3 de outubro de 2007
Paixão arrebatadora
Redação de uma aluna da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE): muito criativa. Infelizmente, o texto chegou as minhas mãos sem a identificação da estudante. Mas achei que o texto é muito bom e que deveria ser compartilhado com outras pessoas apaixonadas pela Língua Português. Boa leitura!
Era a terceira vez que aquele substantivo e aquele artigo se encontravam no elevador. Um substantivo masculino, com um aspecto plural, com alguns anos bem vividos pelas preposições da vida. E o artigo era bem definido, feminino, singular: era ainda novinha, mas com um maravilhoso predicado nominal.
Era ingênua, silábica, um pouco átona, até ao contrário dele: um sujeito oculto, com todos os vícios de linguagem, fanáticos por leituras e filmes ortográficos. O substantivo gostou dessa situação: os dois sozinhos, num lugar sem ninguém ver e ouvir. E sem perder essa oportunidade, começou a se insinuar, a perguntar, a conversar.
O artigo feminino deixou as reticências de lado, e permitiu esse pequeno índice. De repente, o elevador pára, só com os dois lá dentro: ótimo, pensou o substantivo, mais um bom motivo para provocar alguns sinônimos. Pouco tempo depois, já estavam bem entre parênteses, quando o elevador recomeça a se movimentar: só que em vez de descer, sobe e pára justamente no andar do substantivo. Ele usou de toda a sua flexão verbal, e entrou com ela em seu aposto.
Ligou o fonema, e ficaram alguns instantes em silêncio, ouvindo uma fonética clássica, bem suave e gostosa. Prepararam uma sintaxe dupla para ele e um hiato com gelo para ela. Ficaram conversando, sentados num vocativo, quando ele começou outra vez a se insinuar.
Ela foi deixando, ele foi usando seu forte adjunto adverbial, e rapidamente chegaram a um imperativo, todos os vocábulos diziam que iriam terminar num transitivo direto.
Começaram a se aproximar, ela tremendo de vocabulário, e ele sentindo seu ditongo crescente: se abraçaram, numa pontuação tão minúscula, que nem um período simples passaria entre os dois.
Estavam nessa ênclise quando ela confessou que ainda era vírgula; ele não perdeu o ritmo e sugeriu uma ou outra soletrada em seu apóstrofo. É claro que ela se deixou levar por essas palavras, estava totalmente oxítona às vontades dele, e foram para o comum de dois gêneros.
Ela totalmente voz passiva, ele voz ativa. Entre beijos, carícias, parônimos e substantivos, ele foi avançando cada vez mais: ficaram uns minutos nessa próclise, e ele, com todo o seu predicativo do objeto, ia tomando conta.
Estavam na posição de primeira e segunda pessoa do singular, ela era um perfeito agente da passiva, ele todo paroxítono, sentindo o pronome do seu grande travessão forçando aquele hífen ainda singular. Nisso a porta abriu repentinamente. Era o verbo auxiliar do edifício. Ele tinha percebido tudo, e entrou dando conjunções e adjetivos nos dois, que se encolheram gramaticalmente, cheios de preposições, locuções e exclamativas. Mas ao ver aquele corpo jovem, numa acentuação tônica, ou melhor, subtônica, o verbo auxiliar diminuiu seus advérbios e declarou o seu particípio na história.
Os dois se olharam, e viram que isso era melhor do que uma metáfora por todo o edifício. O verbo auxiliar se entusiasmou e mostrou o seu adjunto adnominal. Que loucura, minha gente. Aquilo não era nem comparativo: era um superlativo absoluto.
Foi se aproximando dos dois, com aquela coisa maiúscula, com aquele predicativo do sujeito apontado para seus objetos. Foi chegando cada vez mais perto, comparando o ditongo do substantivo ao seu tritongo, propondo claramente uma mesóclise-a-trois. Só que as condições eram estas: enquanto abusava de um ditongo nasal, penetraria ao gerúndio do substantivo, e culminaria com um complemento verbal no artigo feminino.
MPF/ BA quer que Ufba pare de cobrar por serviços acadêmicos
A cobrança de taxas por serviços oferecidos pela Ufba aos estudantes, que deveriam se gratuitos, por ser uma instituição pública, estão sendo questionados pelo Ministério Público Federal.
O Ministério Público Federal (MPF) na Bahia quer proibir a cobrança de taxas de serviços que, atualmente, vêm sendo cobrados pela Universidade Federal da Bahia (Ufba). Os procuradores da República Sidney Madruga e Cláudio Gusmão propuseram uma "ação civil pública com pedido de antecipação de tutela contra a Ufba por cobrar pela expedição de documentos acadêmicos”.
Segundos os autores da ação, o procedimento, que deveria ser custeado pelo Estado, fere a gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais, um dos princípios da Constituição Federal.
Em uma nota divulgada à imprensa pela assessoria de comunicação do Ministério afirma que dentre os serviços educacionais cobrados pela Ufba estão os históricos escolares, trancamento total ou parcial de disciplinas, expedição de certificados, de transferências e de diplomas de graduação e pós-graduação.
"Se o aluno quiser exercer a profissão e ter acesso ao mercado de trabalho, por exemplo, tem de pagar 40 reais pelo diploma, já o doutorando, 160 reais, ou seja, quatro vezes mais. Para a emissão de segunda via dos mesmos documentos, o estudante tem de desembolsar o dobro desses valores", ressalta os procuradores.
O MPF considera a conduta da Ufba como "ofensiva aos ditames legais e constitucionais vigentes". Isso porque a Constituição estabelece que a regra da gratuidade do ensino público compreende, além da abstenção de pagamento de mensalidades, o pagamento de quaisquer despesas que envolvam a atividade acadêmica. A atitude da Ufba, de acordo com os procuradores, traduz-se no "processo de privatização da educação superior", enfrentado atualmente no país.
Em ação civil pública semelhante, o MPF/DF obteve, em agosto último, liminar na Justiça que obrigou a Universidade de Brasília (UNB) a deixar de cobrar qualquer tipo de taxa aos estudantes da instituição.
O Ministério Público Federal (MPF) na Bahia quer proibir a cobrança de taxas de serviços que, atualmente, vêm sendo cobrados pela Universidade Federal da Bahia (Ufba). Os procuradores da República Sidney Madruga e Cláudio Gusmão propuseram uma "ação civil pública com pedido de antecipação de tutela contra a Ufba por cobrar pela expedição de documentos acadêmicos”.
Segundos os autores da ação, o procedimento, que deveria ser custeado pelo Estado, fere a gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais, um dos princípios da Constituição Federal.
Em uma nota divulgada à imprensa pela assessoria de comunicação do Ministério afirma que dentre os serviços educacionais cobrados pela Ufba estão os históricos escolares, trancamento total ou parcial de disciplinas, expedição de certificados, de transferências e de diplomas de graduação e pós-graduação.
"Se o aluno quiser exercer a profissão e ter acesso ao mercado de trabalho, por exemplo, tem de pagar 40 reais pelo diploma, já o doutorando, 160 reais, ou seja, quatro vezes mais. Para a emissão de segunda via dos mesmos documentos, o estudante tem de desembolsar o dobro desses valores", ressalta os procuradores.
O MPF considera a conduta da Ufba como "ofensiva aos ditames legais e constitucionais vigentes". Isso porque a Constituição estabelece que a regra da gratuidade do ensino público compreende, além da abstenção de pagamento de mensalidades, o pagamento de quaisquer despesas que envolvam a atividade acadêmica. A atitude da Ufba, de acordo com os procuradores, traduz-se no "processo de privatização da educação superior", enfrentado atualmente no país.
Em ação civil pública semelhante, o MPF/DF obteve, em agosto último, liminar na Justiça que obrigou a Universidade de Brasília (UNB) a deixar de cobrar qualquer tipo de taxa aos estudantes da instituição.
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